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Reprodução O Povo |
A matéria do jornal O Povo desta quinta-feira,22, faz menção ao pedido de tombamento da antiga Estação Ferroviária Otávio Bonfim, em Fortaleza, conhecida, historicamente por ter sido entrada de Flagelados, vítimas das secas no Estado do Ceará. Ativistas em conjunto com a comunidade pediram o tombamento, preservação e construção de um memorial às vítimas do holocausto dos Campos de Concentração de 1932.
Segundo o advogado Valdecy Alves o documento foi protocolado no Centro de Apoio Operacional de Proteção à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Caomace), do Ministério Público do Estado (MPCE). Conforme ele as lembranças trágicas de (1877, 1915 e 1932), não podem ser apagadas.
“Os livros dos escritores Rachel de Queiroz e Rodolfo Teófilo citam a estação do Otávio Bonfim como entrada para as pessoas que sofriam com a seca. Elas vinham desde Quixadá, Quixeramobim e todo o interior do Ceará”, rememora o ativista advogado, acrescentando para o Jornal O Povo que, no bairro do Alagadiço, próximo à estação, foi formada uma espécie de campo de concentração, com alguma semelhança com os locais do nazismo da Alemanha. Segundo sobreviventes o objetivo era evitar que os miseráveis, vítimas da seca, entrassem em Fortaleza. Foram os flagelados que ajudaram a formar os bairros Alagadiço, Parangaba e Pirambu.
A ideia plantada pelo advogado em consenso com a comunidade é reunir depoimentos de familiares de sobreviventes, fotos e outros materiais que ajudem a reconstruir o passado, justamente para que não seja esquecido. Entre os defensores da preservação da história com a reconstrução da "Estação do matadouro" estão o radialista Walter Lima e o jornalista Adriano Ribeiro.
TRECHO DO O POVO
Análise
A promotora de Justiça Socorro Brilhante confirmou o recebimento do pedido. Segundo ela, o requerimento para a reconstrução está em análise. A solicitação deve ser encaminhada para as secretarias da Cultura do Estado ou do Município. “Primeiro, precisamos analisar e ter o convencimento de que é um bem que deve ser reconstruído”, informa.
No caso de a administração pública reconhecer o bem como possuidor de valor histórico, eles podem, segundo ela, agir no sentido de mandar reconstruir. “Temos um exemplo em Minas Gerais em que houve reconstrução, via administrativa ou judicial. Tudo vai depender do valor histórico”, confirma. Em nota, a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) informou, em nota, ser proprietária da área “desde o processo de estadualização da rede ferroviária”.
“Até o momento, a companhia não foi comunicada sobre possível pedido de tombamentos do referido equipamento”, diz a nota. A Metrofor reforçou ainda não ser sua responsabilidade decidir sobre tombamentos, já que os processos “são de competência de órgãos específicos do Município, Estado ou União, e independem da propriedade”.
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