![]() |
Foto reprodução Brasil Atual |
Em entrevista a Oswaldo Luiz Colibri Vitta, da Rádio Brasil Atual, o teólogo Leonardo Boff falou sobre vários temas como a Teologia da Libertação, a renúncia de Bento XVI, o novo ambiente da Igreja Católica com o Papa Francisco e o relatório da Comissão Nacional da Verdade.
Em entrevista à revista Caros Amigos, que repercutiu muito, em junho de 1997, o senhor afirmava que a Igreja mentia, era corrupta, cruel e sem piedade. O que mudou no Vaticano hoje e na Igreja Católica?
Creio que houve uma ruptura, palavra que os vaticanólogos e os Papas Bento XVI e João Paulo II nunca aceitaram. Com o Papa Francisco houve uma ruptura porque ele vive da verdade. Tudo aquilo que eu digo nesta entrevista, ele diz e repete, de uma forma mais profunda e radical, dizendo que a Igreja se transformou numa fortaleza fechada, sem janelas e sem portas, quando tem que ser como um hospital de campanha que acolhe todo mundo sem perguntar a religião. É um homem que busca a verdade e não as doutrinas, no sentido de colocar a figura de Jesus no centro e o seu seguimento, e não dogmas e doutrinas que afastam os homens. Hoje, a atmosfera mudou totalmente. Antes, a Igreja não era um lar espiritual. Era um pesadelo para os cristãos e a humanidade. Hoje, ela se transformou em um lar espiritual. O Papa é uma das grandes lideranças mundiais que chamam para a colaboração, para a paz, e se dispõem a dialogar com todas as pessoas, acolhe a todos sem perguntar a procedência, a religião, desde que sejam humanos, e como ele sempre diz, devemos tratar humanamente os humanos, e acolhê-los com carinho e fazer a revolução da ternura. Revolução da ternura significa uma relação generosa e amorosa com todos os demais. Estamos em uma nova fase da Igreja. Na minha interpretação, começa uma nova dinastia de papas do terceiro mundo. A velha Europa tem apenas 24% dos católicos. Todos os demais estão na Ásia, na América Latina e na África. A grande força é o cristianismo do terceiro mundo e, seguramente, vai ter os papas do futuro porque é um cristianismo criativo, que se encarnou nas culturas e tem algo a dizer à humanidade e à globalização.
Ouça a entrevista da rádio Brasil Atual;
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seus comentários. Cautelosamente apreciaremos para liberação.
Configurem crime de calúnia, injúria ou difamação;
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.