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O julgamento foi implacável: por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, o Plenário do Senado cassou, nesta quarta-feira, o mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido) por envolvimento com o empresário do jogo do bicho e contraventor Carlinhos Cachoeira. Demóstenes caiu após confirmadas as suas ligações com o esquema de Cachoeira, que passava por tráfico de influência e articulações para garantir a presença da Construtora Delta em grandes obras do Governo Federal. Em 188 anos de existência, o Senado teve, nesta quarta-feira, uma data histórica com a cassação do seu segundo integrante - o primeiro foi Luiz Estevão (DF), cassado, em 2000, por envolvimento com o desvio de dinheiro na construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
A votação foi antecedida de debates, discursos, críticas e frases duras contra o parlamentar de Goiás. O destino de Demóstenes estava traçado e o temor de poucos senadores sobre a absolvição do colega de Parlamento foi superado com as cadeiras ocupadas no plenário. Não tinha escapatória e a cassação era o único caminho para o Senado responder a aspirações populares sobre a necessidade de cortar na própria pele e dar exemplo de compromisso com a moralidade e a ética na política. O resultado da votação não foi diferente desse sentimento.
Os senadores encerram o primeiro semestre de atividades de 2012 deixando um bom exemplo para a atual legislatura: a cassação de um mandato tem um custo elevado, mas o custo seria maior se os senadores deixassem Demóstenes impune. É o primeiro parlamentar a cair por conta das investigações sobre o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira e da construtora Delta. As investigações continuam, mas talvez a maior expressão política a ruir foi justamente o já ex-senador Demóstenes Torres.
Ao longo da vida parlamentar, crítico ferrenho do Governo Lula, do mensalão e tido como exemplo de ética na vida pública do País, Demóstenes foi reeleito, em 2010, pelo DEM, e, no segundo ano do novo mandato, foi flagrado em escutas telefônicas que o colocaram contra a sua própria história - história de correção e ética, pelo menos, no discurso. A trajetória de Demóstenes levou o senador Rodolfe Rodrigues (PSOL-AP) a compará-lo a um ídolo de barro, que enganou o povo e os senadors. Demóstenes cai, abre a vaga para o suplente Wilder Pedro de Morais (DEM) e fica impedido de disputar as eleições de 2014, 2018, 2020, 2022, 2024 e 2026. Estará reabilitada a disputar mandatos eletivos em 2028. A repercussão sobre a cassação de Demóstenes Torres entra na pauta do Jornal Alerta Geral (FM 104.3, Grande Fortaleza), na manhã desta quinta-feira, a partir das 7 horas. O Alerta Geral tem o comando do jornalista Luzenor de Oliveira e a participação especial do jornalista Beto Almeida.
Matéria reprodução Ceará Agora
Reportagem de: Robson Cruzuer
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